Município > História

História

A primeira povoação, que deu origem à sede Municipal de Ramilândia, surgiu em função de três propriedades rurais existentes nas redondezas: As fazendas Rami, Padroeira do Brasil e Água Cristalina. Desta forma, a história de Ramilândia, está intimamente ligada aos fatos ocorridos nestas três fazendas.

Em 09 de agosto de 1960 chegou à região o casal João Gonçalves da Fonte e Maria de Lurdes Orbolato da Fonte, que juntamente com seu filho, vieram de Alvorada do Sul, a fim de trabalhar na Fazenda Rami, de propriedade de João Itimura. Inicialmente João da Fonte trabalhou como escriturário e depois, graças a sua capacidade, assumiu a gerência.

Quando João e Maria da Fonte chegaram, juntamente com mais quatro famílias, apenas meio alqueire de terra estava derrubado, numa área de mais de cinco mil alqueires, prevendo-se então o tamanho da responsabilidade destes pioneiros.

A primeira cultura a ser explorada foi o Rami, posteriormente substituída por cafezais que por necessitar de muita mão-de-obra, chegou a abrigar na fazenda uma comunidade com mais de 1500 famílias.

Nesta época eram comuns problemas agrários e invasões de terras, mas a fazenda Rami diferenciava-se das outras, pois ali não ocorreram problemas desta natureza, e o motivo principal da paz reinante no local era a pronta interferência do gerente João da Fonte, apagando qualquer princípio de incêndio entre os colonos, evitando maiores complicações.

A família da Fonte conseguiu, ao longo do tempo, economizar certa quantia em dinheiro e adquiriu um lote de terras nas redondezas do povoado de Ramilândia, medindo 18 alqueires, além de outros 20 alqueires que foram dados pelos patrões.

Outro pioneiro, o Sr. Sebastião Dino Dias, mineiro de Brazópolis, chegou à região em 1965, vindo da cidade de Uraí, para trabalhar de carpinteiro na fazenda Água Cristalina. Segundo o carpinteiro Sebastião, a primeira denominação de Ramilândia foi Mina por existir uma nascente nesta localidade, onde os moradores e viajantes se serviam de água.

A terceira casa do então patrimônio da Mina foi construída pelo Senhor Sebastião Dino Dias a pedido dos proprietários da fazenda Água Cristalina, para servir de moradia ao gerente da primeira serraria do lugar, o Senhor Sebastião Braga.

Em 1966 chegou o Senhor Joaquim Braga, também mineiro de Brazópolis, mas procedente de São Pedro do Ivaí. Sua primeira função foi ser balconista no armazém de secos e molhados da fazenda Água Cristalina, ali ficou por três anos e depois comprou um sítio de cinco alqueires de terra e foi plantar milho e feijão, Joaquim Braga era humorista profissional e no ano de 1967 foi contratado pela rádio Matelândia, onde atuou com sucesso.

Orides Colla, gaúcho de Erechim e pioneiro do lugar, veio à região para trabalhar na fazenda Padroeira do Brasil, onde permaneceu até o final da década de setenta, vindo posteriormente dedicar-se ao comércio em Ramilândia.

O mineiro Joaquim Diniz deixou seu nome gravado na memória da gente ramilandiense com os versos que fazia, lembrando das agruras sofridas pelos pioneiros.

“..Eu estava colhendo arros, contente e distraído, quando chegaro os cangacero, todos de armas e balas munido, fica sabendo que nossos revorver é a justicia e o teu Sítio estava envadido, vamos tirar tuas Perobas e o arros eu levo colhido.”

Pela lei estadual nº 172, de 1º de outubro de 1972, o núcleo foi elevado à categoria de distrito Administrativo, com território pertencente à Medianeira. Várias lideranças locais trabalharam para transformar o distrito em município, entre elas, o presidente da comissão de emancipação, o Senhor Vivaldino Fontanive. 

Em 30 de janeiro de 1991, através da lei estadual nº 9.562, foi criado o município de Ramilândia, com território desmembrado do município de Matelândia. A instalação oficial deu-se no dia primeiro de janeiro de 1993.